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Economia política da epistemologia através dos sistemas bibliográficos... por Gustavo Saldanha e Ley

Eis, pois, uma economia política da epistemologia em sua dinâmica de lutas: os enunciados que demarcam macro-conceitos evidenciam a disputa entre o discurso sobre as ciências, as ciências do discurso e as ciências proprietárias do discurso...

"Mesmo com a ausência inicial de alguns dados aqui e acolá nas descrições dos sistemas, a temporalidade (idade dos sistemas), a tipicidade (das ciências), a autoridade (classificacionistas), a exaustividade (extensão das divisões científicas), a contiguidade (relação entre as ciências), a sistemática (o método classificatório) e a esquemática (visualização dos dados) são elementos que convidam à possibilidade de estudos aprofundados sobre a relação entre Modernidade, ciência e classificação, a partir do século XVII, foco central dos levantamentos de Peignot (1802b). Depreende-se das primeiras impressões, no plano qualitativo, a manifesta “passagem” das ciências do plano metafísico para o físico. Distinguindo-se dos arranjos medievais, as ciências morais e mecânicas começam a figurar como “parte do todo”, movimento esse que pós-século XVIII ganhará a reconfiguração final – tais “empiricidades” ganham a condição de centralidade.

A fronteira entre os “velhos sistemas”, condenados por Bacon e Condillac, que dividiam os saberes a partir da máxima especulação, e os “novos sistemas”, objetivamente dedicados ao plano das ciências empíricas, aparece na “coleção sistêmica” de Peignot. O confronto entre os sistemas de Ameilhon, Baillet e Montanus pode demonstrar essa “guerra classificatória”. A luta, pois, pela emancipação de conceitos disciplinares está exposta: de um lado, antigas macro-noções e sua posição nos sistemas começam a ser substituídas ou realocadas, como o caso do “tradicional” sistema de Ameilhon e sua reconfiguração da Teologia – talvez um dos mais sintomáticos movimentos do século XVII refletidos nos sistemas bibliográficos. Os “primeiros passos” das ciências sociais “propriamente ditas” também podem ser visualizados: em Girard a Nomologia abarcará do direito ao estudo das práticas historicizadas, ou seja, a “praxionomia” atentar-se-á para a investigação das sociedades particulares e temporárias, como as famílias."

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