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OFLClipping - Semanário Teleológico

Destaque da semana

Como bom editor, sua vida foi o seu catálogo. Mais especificamente, o catálogo da Zahar, antiga Zahar Editores e Jorge Zahar Editor, que somando suas três fases completou em julho 60 anos de existência — e cerca de três mil títulos publicados. Para celebrar o aniversário da editora que carrega seu nome, o homem que reinventou a publicação das ciências sociais no Brasil ganha uma biografia do jornalista, escritor e editor Paulo Roberto Pires. “A marca do Z — A vida e os tempos do editor Jorge Zahar”, que será lançado na próxima terça, reconstrói a trajetória da casa que trouxe ao país obras de autores como Freud, Hobsbawm, Sartre e Lacan. É uma análise do ambiente intelectual e editorial brasileiro das últimas sete décadas, assim como da trajetória íntima de um de seus principais fomentadores. Nascido em 1920 e morto em 1998, Zahar foi, com seu faro por títulos ao mesmo tempo importantes e comercialmente viáveis, um influencer muito antes de esse termo existir. Figura discreta, Zahar não é exatamente um personagem de trajetória palpitante. O interessante é a sua capacidade de articulação ao longo dos anos. Filho de pai libanês e mãe francesa, Zahar começou a trabalhar na importação e distribuição de livros nos anos 1940. Autodidata, fundou a Zahar Editores em 1957. O primeiro livro lançado, “Manual de Sociologia”, de Jay Rumney e Joseph Mayer, é quase um manifesto do objetivo da editora em sua fase inicial: ser um intermediário entre os estudos universitários e o público geral, com livros que interessassem tanto a especialistas quanto a diletantes. Como descreveu o próprio Zahar em um comunicado de inauguração da casa, a obra colocava o leitor em contato com os “fundamentos” das ciências sociais, expondo seus conceitos com “clareza e grande concisão” e “sem prejuízo do rigor metodológico”.

O Globo - 04.11.2017

Ásia

A escritora turca Elif Shafak é a autora mais recente a se juntar ao projeto Future Library, contribuindo com uma obra que será desenterrada e lida apenas em 2114. Future Library é um projeto da artista escocesa Katie Paterson, que concebeu uma antologia literária que é escrita no presente - o projeto começou em 2014 -, mas será impresso apenas em 2114. Mil árvores foram plantadas fora de Oslo para fornecer o papel para a antologia. Para o próximo século, a floresta deve ser mantida e sua preservação assegurada, ao passo em que os escritos são mantidos enterrados. À medida que o projeto se desenvolve, um novo escritor será selecionado todos os anos até 2114 para adicionar à crescente coleção, que será realizada em Bjørvika, Oslo. Margaret Atwood foi a primeira autora a se inscrever no projeto, entregando, em 2014, um manuscrito intitulado "Scribbler Moon".

Hindustan Times - 29.10.2017

África

Em uma discreta casa de dois andares situada em uma afastada e tranquila rua de terra cheia de pedras e buracos do bairro de Baco Djikoroni, em Bamako, 80 funcionários da ONG Savama realizam uma titânica tarefa: a catalogação, restauração, leitura e digitalização dos 377.491 livros manuscritos procedentes, em sua imensa maioria, de Timbuktu e que datam dos séculos XIII ao XX. Tudo começou em 2012, com a ocupação jihadista do norte do país e a gigantesca operação de resgate e salvamento de todos esses papéis, que saíram camuflados em canoas, veículos particulares e ônibus durante meses. O principal responsável por aquela operação é a mesma pessoa que hoje custodia os manuscritos e coordena os trabalhos de restauração, leitura e digitalização que começaram em 2013, o proprietário de uma das bibliotecasparticulares da cidade, Abdelkader Haïdara. Sentado em seu escritório do segundo andar da sede da Savama, afirma com um sorriso: “Já catalogamos mais de 60% e digitalizamos um quarto do total. Isso nos deu a oportunidade de lê-los e ter muitas surpresas. A cada dia descobrimos coisas que não sabíamos que existiam, vemos autores e textos novos”. A oportunidade que a catalogação dos manuscritos representa não passou desapercebida para historiadores e pesquisadores. “Existe uma enorme demanda de consultas, estudiosos de Mali, mas também de países árabes que querem acessar os fundos”, afirma Haïdara, que em agosto organizou um seminário com proprietários de bibliotecas de vários países para definir códigos de conduta e boas práticas entre os usuários. “Queremos abrir os manuscritos ao mundo, mas é um material muito frágil e queremos fazê-lo da melhor maneira. Existem pessoas que não sabem como manejá-los e os proprietários têm medo de que se percam e estraguem. A digitalização é fundamental”, acrescenta.

El Pais - 31.10.2017

América do Norte

Um historiador de Toronto, Max Wallace, não tinha certeza do que fazer com a mulher judaica idosa que se aproximou dele em outubro passado. Wallace estava assinando cópias de seu novo livro, "In The Name of Humanity". O evento foi divulgado com um grande cartaz da capa do livro que tinha uma das imagens mais emblemáticas do Holocausto. "É um grupo de crianças atrás do arame farpado em Auschwitz no dia da libertação", diz Wallace, descrevendo a imagem. "Não houve muitos sobreviventes e meu editor resolveu usar essa foto na capa. Eu não tinha ideia de que qualquer um deles estivesse morando em Toronto". Foi uma combinação de coincidências e rotinas de fim de semana que levaram à reunião de Ziegler, a mulher da foto, e Wallace.

CBC News - 10.11.2017

América Central

Sabe-se que a Biblioteca Nacional de José Martí abarca valiosas coleções do patrimônio bibliográfico do país. Nela podemos encontrar cerca de 1.000 materiais relacionados a José Martí, cerca de 14.000 livros e panfletos publicados em Cuba ou no exterior referentes ao país antes do século XX , bem como aproximadamente 2.000 peças de material impresso dos séculos XV ao XVIII, principalmente estrangeiros, incluídos na coleção de livros raros e valiosos. Os curiosos podem investigar mais e encontrar cerca de 25 000 mapas, cartas náuticas, guias turísticos e atlas, considerados por especialistas no campo como os mais importantes do país e um dos mais representativos da América Latina, principalmente pela riqueza de suas coleções, entre as quais podemos mencionar os mapas topográficos feitos em Cuba e os mapas da capital de 1615 até o presente.

Cuba Hora - 25.10.2017

América do Sul

O livro “Bichológico”, da escritora Paula Taitelbaum, ganhou destaque na Feira do Livro de Porto Alegre. Menos pelas qualidades literárias, mas por uma polêmica envolvendo a Prefeitura do município. Um dos três vencedores do concurso do Plano Municipal do Livro e Leitura (PMLL) de 2015, o livro estava sendo comercializado a R$ 20 no estande da Secretaria de Cultura da prefeitura de Porto Alegre quando, na verdade, os exemplares deveriam ter sido doados a bibliotecas das escolas municipais. Isso porque cerca de 600 de um total de 2 mil exemplares lançados no ano passado pela Piu, editora própria da escritora, foram doados à Secretaria de Educação como contrapartida da publicação financiada via PMLL. O caso foi denunciado pela própria autora, em sua página no Facebook. Segundo a prefeitura, o que ocorreu foi um equívoco na hora de levar os livros para o estande. Sergius Gonzaga, coordenador do Livro e da Literatura da Secretaria Municipal de Cultura, explicou que cerca de 60 exemplares do livro estavam em uma caixa em um depósito da secretaria, perto de onde também ficam os livros comercializados no estande da feira, que são da Editora da Cidade e da Unidade Editorial, as oficiais do município. O Globo - 06.11.2017

Europa

Uma pesquisa sugere que mais da metade das pessoas que trabalham na indústria de livros sofreu assédio sexual, com 54% das mulheres e 34% dos homens relatando "assédio, agressão ou comportamento predatório". A pesquisa on-line anônima foi conduzida pela revista "Bookseller", reunindo respostas de 388 pessoas, incluindo livreiros, agentes, autores e organizadores de eventos. Os incidentes relatados vai de linguagem degradante até contato físico indesejado e assédio. Muitos dos entrevistados relataram incidentes onde colegas foram assediados por profissionais em cargos mais altos. Sessenta e seis por cento dos publicistas, que muitas vezes trabalham em estreita colaboração com autores fora do escritório durante turnês promocionais, relataram assédio, com 61% dos livreiros que relatam comportamento abusivo de clientes, colegas ou autores visitantes.

The Guardian - 10.11.2017

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