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OFLClipping - Semanário Teleológico

Destaque da Semana

Julgar um livro pela capa pode não ser o ideal afinal, um corpinho bonito pode ser uma doce ilusão. Mas o embrulho ajuda um título a se destacar no cipoal de obras nas prateleiras. Não à toa, grandes artistas gráficos se dedicaram a conceber capas no último século e meio. Agora, o bibliófilo carioca Ubiratan Machado, 77, resolveu contar essa história em seu novo livro A Capa do Livro Brasileiro, que traz um levantamento de 130 anos, desde 1820, quando a primeira imprensa foi instalada no país, até a década de 1950. Machado é conhecido por suas viagens ao passado. Com talento enciclopédico, ele já fez amplos levantamentos históricos sobre Machado de Assis, livrarias cariocas, etiquetas de livros e a relação dos escritores com o sobrenatural (em que conta a história, por exemplo, de como Vinicius de Moraes tentou se comunicar com o espírito de Mário de Andrade). No começo do século 19, os exemplares vinham apenas com a folha de rosto e cabia ao freguês encaderná-los como quisesse. Depois surge o livro em brochura, com uma papel mais resistente para protegê-lo. Mas, até 1860, essas capas serão apenas tipográficas. A primeira capa ilustrada no Brasil ou, ao menos, a mais antiga encontrada por Machado é só de 1870, a mesma década em que as tipografias nacionais começam a usar a encadernação mecânica. Vida de Feitos do Dr. Semana sai assinado pelo pseudônimo Seu Moleque.

Folha de S. Paulo - 03.02.2018

Ásia

O festival, que testemunhará mais de 200 sessões sobre temas que vão desde ficção e não-ficção até jornalismo e escritura de viagens ao longo de cinco dias, foi inaugurado pela ex-governadora do Rajastão, Margaret Alva, e o escritor norte-americano Pico Iyer. Em seu discurso, a co-diretora Namita Gokhale destacou o papel que o encontro literário anual tem desempenhado em trazer a literatura para o mainstream na Índia.

Hindustan Times - 25.01.18

Os leitores mais entusiasmados, ou aqueles que desejam ter uma compreensão mais profunda de “Guerra e Paz”, podem finalmente mergulhar de cabeça na obra de Tolstói. Desenvolvido por especialistas do Tolstoy Digital Group, da Escola Superior de Economia da Rússia e da Samsung Electronics, o aplicativo “Live pages” oferece uma jornada pelo romance de Lev Tolstói. Além do texto em inglês de “Guerra e Paz”, o recurso possui uma lista de outros romances clássicos em russo disponíveis para leitura interativa. O aplicativo está disponível na Google Play Store e na Galaxy Apps.

Gazeta Russa – 29.01.2018

África

A 49ª edição da Cairo International Book Fair foi inaugurada pela nova Ministra da Cultura, Inas Abdel Dayem, em sua primeira missão depois de ser nomeada para o Ministério. Abdel Dayem, juntamente com o Ministro da Cultura argelino, Azzedine Mihoubi, deu início a feira de livros. Mihoubi expressou sua profunda gratidão por ter a Argélia como o convidado de honra deste ano, afirmando que isso reflete o valor da cooperação entre os dois países, acrescentando que a Argélia participou este ano com mais de 70 editores para introduzir a cultura argelina no Egito. A edição deste ano testemunha a participação de 867 editores, dos quais 367 são da região MENA e 9 são editores não-árabes. 114 novas editoras participam pela primeira vez na feira, e 117 barracas são estabelecidas nas tendas de Sour El-Azbakeya, onde os livros são vendidos a preços reduzidos.

Daily News Egypt - 27.01.2018

América do Norte

Durante anos os estudiosos discutiram o que inspiraram os escritos de William Shakespeare. Agora, com a ajuda de um software normalmente usado por professores para detectar plágio, dois escritores descobriram um manuscrito inédito que acreditam que o Bardo tenha consultado consultou para escrever "King Lear", "Macbeth", "Richard III", "Henry V" e outras sete peças.

As descobertas foram feitas por Dennis McCarthy e June Schlueter, que os descrevem em um livro a ser publicado pela D. S. Brewer e a Biblioteca Britânica. Os autores não estão sugerindo que Shakespeare tenha plagiado, mas sim que leu e foi inspirado por um manuscrito intitulado "Um breve discurso de rebelião e rebeldes", escrito no final dos anos 1500 por George North, uma figura menor no tribunal da rainha Elizabeth, que serviu como embaixador na Suécia.

The New York Times - 07.02.2018

O sátiro título da reportagem Evgeny Morozov , "Zuckerberg te quer bem", apresenta um dilema para a ética contemporânea diante da força do Facebook em nossas vidas: compaixão e indiferença. O que pode fazer por nós Mark Zuckerberg? A possível "compaixão" de um dos homens mais poderosos do mundo (podemos dizer, em todos os tempos), se confunde (e sempre se confundirá) com uma razão retórica da publicidade e da venda dentro dos negócios do seu império em rede. Na visão de Morozov, ao contrário Henry Ford e dos proprietários de escravos, os magnatas tecnológicos não querem financiar a renda básica de seu universo de ação. Logo, a generosidade do Vale do Silício é acidental. E sua condição é similar à Wall Street: não pode falhar. Por isso, cada ação (incluindo as ditas ações humanitárias) são táticas, e não éticas. Um exemplo do problema ético indicado por Morozov são as notícias falsas: as oligarquias da rede não podem lutar contra elas; apenas junto delas, pois das mesmas dependem. O limite estratégico está claro em seu horizonte pérfido: a indiferença tende a ser a jogada sempre final para o discurso da neutralidade contra a compaixão.

Le monde diplomatique - 27.01.2018

América Central

Mais de 600 novidades literárias, 4 mil títulos e quatro milhões de cópias serão protagonistas do maior evento cultural de Cuba, que conta este ano com 467, provenientes de 41 países. Em 2018, os organizadores da Feria Internacional del Libro pretendem fortalecer a presença e o acesso aos livros digitais nos arredores da Fortaleza San Carlos de La Cabaña. Milhares de textos estarão disponíveis para leitores que preferem desfrutar de uma leitura em um tablet, celular ou outro dispositivo eletrônico. "Cuba Digital é projetada como espaço de exposição para essas produções", confirmou Juan Rodríguez Cabrera, presidente do Instituto Cubano del Libro nas declarações de abertura. Ainda, Rodriguez afirmou: "Esta Feira é prova da importância que Cuba dá ao livro em um contexto internacional que realça a cultura global em detrimento das raízes e valores nacionais.

Cuba Hora - 03.02.2018

América do Sul

As regras da escrita de Hemingway explodiram a ideia de que advérbios poluem o texto. Mas será que ele também seguia essa regra? Essa e outras perguntas que usam a linguagem para criar perfis de escrita são o tema de A palavra favorita de Nabokov é malva (tradução livre), de Ben Blatt. Em suas análises, ele descobriu, por exemplo, que em cada 100.000 palavras de seus livros, Hemingway usava apenas 80 advérbios terminados em -mente. Autores considerados ruins, como E. L. James, usavam o dobro. Colocar a culpa da boa ou má escrita apenas nos advérbios seria ingenuidade, portanto Blatt não o faz: ao longo de 200 e poucas páginas com muitas tabelas, ele investiga o uso de exclamações, de verbos de pensamento e de outros costumes literários para tentar gerar comparações entre o que é considerado boa e má literatura. Um dos grandes pontos do livro é quando ele tenta investigar se homens e mulheres realmente escrevem de forma diferente. O que ele descobre diz menos sobre o uso da linguagem do que sobre a presença do gênero oposto como protagonista ou personagem relevante na trama. Sua análise de dados foi simples: inicialmente, ele buscou a frequência de "ele" ou "ela" para descobrir o quanto personagens masculinas e femininas agem durante a história. Com essa análise, ele descobriu que nenhuma autora mulher da lista de mais vendidos do The New York Times usou "ele" em menos de 20% da obra, enquanto o oposto não é verdade.

Carta Capital - 03.02.2018

Europa

Qual o novo visual dos rebeldes, piradas e "foras da lei" nos livros, no cinema, na vida que passa pelas esquinas? Qual a mensagens destes personagens para a realidade que nos cerca agora? Evelyne Pieiller retoma o Romantismo, mais precisamente Lord Byron e o poema de 1814, Le Corsaire, para destacar a figura do pirada, sua jovialidade e o ideal coletivo. Depois passa por Victor Hugo, retomando Hernani, de 1830, com o herói rico que se torna líder de gangue urbana, seguindo por encruzilhadas da imaginação literária, visitando Balzac e Baudelaire, dentre outros, para repensar os anti-heróis e suas mensagens. A crítica à modernidade tardia aqui está, viva, pulsante, no sangue dos transgressores, marginalizados e inconformados com os modelos impostos por uma hipocrisia resistente.

Le monde diplomatique - 31.01.2018

Oceania

Ainda é necessário criar documentos para sobreviver? A distância da velha discussão entre Sócrates e Fedro sobre a escrita parece insuperável: os documentos unem países em prol de lutas comuns. É o caso do recente acordo internacional do Pacífico para... salvar o atum! O documento parte de uma visão histórica da preocupação com a extinção de um tipo de espécie do peixe que pode desaparecer diante da exploração para fins comerciais em escala internacional. O documento (vejamos sua relevância) é fruto, como demonstra Yuta Yagishita, de longas e constantes reuniões entre países do Pacífico, atravessando querelas culturais, políticas, econômicas. O acordo gerou pois, um documento no mês de dezembro de 2017. Este documento, no entanto, é parcial: ele depende de... outros documentos, que poderão (ou não) salvar o atum.

Le monde diplomatique - 31.01.2018


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