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Hashtags e ativismo político

Direito das mulheres no agora!

Como conceito articulado à Folksonomia, as hashtags são conceituadas por Moura e Mandaji (2014, p. 6-7) como aquelas que “classificam, agrupam e direcionam as informações contidas na web sobre os mais variados temas e assuntos, possibilitando maior participação e cooperação dos usuários, através da utilização de palavras-chave para organização”.

Nesse sentido, as hashtags têm servido para aprimorar, desenvolver e possibilitar a organização dos conteúdos e sujeitos nas mídias sociais. Este tipo de indexação permitiu

"a formação de grupos por meio do compartilhamento de ideias, onde as hashtags são utilizadas não somente para definir e delimitar o conteúdo das informações, como também para exteriorizar ideais, sentimentos, preferências, indignações e posicionamentos variados dos indivíduos que compõem o ciberespaço" (MOURA; MANDAJI, 2014, p. 7).

O uso das hashtags como instrumento para a militância nas mídias sociais já são contemplados dentro da Ciência da Informação e Biblioteconomia no Brasil por alguns autores e autoras. Encontramos na Base de Dados Referencial de Artigos e Periódicos em Ciência da Informação - BRAPCI, principal base de dados sobre a área no país diversos artigos que abordam a temática.

Utilizamos os termos Folksonomia e assédio como palavra-chave e foram recuperados 34 artigos, dos quais destacamos como mais relevantes os que estão associados ao uso da folksonomia como militância nas mídias sociais.

Dentre eles, destacamos:

“#IMPEACHMENT OU #NAOVAITERGOLPE: Uma análise sobre a folksonomia na indexação de imagens fotográficas em redes sociais da web 2.0” de Nóbrega e Manini (2016);

“Folksonomia e tags afetivas: comunicação e comportamento informacional no Twitter”, de Pereira e Cruz (2010); “Feminismo 2.0: a mobilização das mulheres no Brasil contra o assédio sexual através das mídias sociais (#PRIMEIROASSEDIO)”, de Almeida, Terra e Santini (2016);

“Participation in Brazilian Feminist Movements on social networks: a study on the campaign Meu Amigo Secreto (My Secret Santa)”, de Moraes, Boldrin e Silva (2017); e,

“Linguagem Natural no Twitter e Linguagem Documentária em Tesauros: da hashtag #NãoMereçoSerEstuprada ao descritor estupro”, de Sousa e Silva (2015).

Buscamos alertar e indicar caminhos para o estudo das hashtags utilizadas no contexto da mídia social Facebook, mais precisamente, desejamos discutir e descrever como as hashtags têm se transformado em um instrumento para unificar a luta e a militância pelos direitos das mulheres, especificamente, contra o assédio sexual.

Referência

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Outras fontes

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