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Pós-graduação mais inclusiva: pesquisadoras do Ecce Liber oferecerão oficina sobre diversidade


Quantas pessoas com deficiência você conhece? Com quantas você estudou? E quantas vestiram a beca de formatura e integraram cursos de mestrado ou doutorado?


Inclusão social é para todas as pessoas e em todos os níveis de conhecimento, no entanto, barreiras sociais e atitudinais afastam Pessoas com Deficiência (PcD) do direito à educação e à formação continuada.


Para refletir sobre essas perguntas, as pesquisadoras Fernanda Valle, Mayara Gonçalves e Isabelle Nunes convidam para a oficina “Inclusão social em processos seletivos em programas stricto sensu em Ciência da Informação”, promovida pelo projeto Comunicação e Articulação em Ciência e Tecnologia (C&T): Subprojeto 01 - Pesquisa, do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). O encontro público e gratuito está marcado para o dia 11 de novembro de 2023, sábado, entre 11h30 e 13h30, na Universidade Federal do Sergipe (UFS), após o XXIII Encontro Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ciência da Informação (Enancib).


De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registra mais de 18 milhões de cidadãos com deficiência, correspondente a cerca de 9% da população (Miato…, 2023). Ao considerar os marcos legais da inclusão, como a Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) de 1988 (Brasil, 1988), a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, promulgada no Brasil via Decreto Nº 6.949/2009 (Brasil, 2009), e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), conhecida como Lei Brasileira de Inclusão (LBI) Nº 13.146, questiona-se os critérios estabelecidos para processos seletivos de acesso aos cursos stricto sensu no Brasil.


A LBI define PcD

aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (Brasil, 2015, grifo nosso).


Da perspectiva da Ciência da Informação, as etapas de prova, os recursos para suporte e a fundamentação legal atendem satisfatoriamente pessoas com necessidades específicas? A entrada de um público diverso desafia o poder informacional mediado pela normatividade dos corpos, refletido nos componentes curriculares de mestres e doutores despreparados para a didática inclusiva na docência superior, apesar da excelência da formação técnica-científica em suas áreas do conhecimento. O direito legal ao acesso sem investimento em diferentes graus de suportes a discentes e docentes no processo de permanência, fomenta a evasão escolar e, consequentemente, universitária, afetando o desenvolvimento social, intelectual, laboral, cultural e cidadão dessas pessoas.


Uma vez que informação, comunicação e conhecimento são direitos de todas as pessoas, a Ciência da Informação emerge como área central para ensino e pesquisa das lacunas, oportunidades e tendências das práticas informacionais e seus respectivos regimes. Nesse contexto, por meio de relatos de experiências de pesquisa e dinâmicas de trabalho, a oficina objetiva:


a) entender os conceitos relacionados à inclusão social, como neurodiversidade;

b) refletir sobre os principais desafios das Pessoas com Deficiência e/ou com necessidades específicas no ensino superior;

c) identificar as legislações obrigatórias sobre inclusão social para fundamentar os editais de concorrência para acesso aos cursos de mestrado e doutorado em CI no país.


A oficina é aberta ao público geral, mas focaliza a vivência de coordenadores de cursos de pós-graduação; técnicos administrativos de educação do ensino superior; discentes de pós-graduação; PcD e pessoas com necessidades específicas. O encontro será realizado na modalidade presencial e contará com emissão de certificado.


Acesse o formulário de inscrição: https://encurtador.com.br/OTX14.



Equipe organizadora:


Dra. Fernanda do Valle Galvão Debetto | Doutora e mestra em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-graduação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGCI IBICT UFRJ), especialista em Marketing e Design Digital pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Rio) e em Transtorno do Espectro Autista pelo Centro Universitário Celso Lisboa, bacharela em Comunicação Social pela Universidade Estácio de Sá (UNESA). No período de doutoramento, pesquisou sobre diversidade e inclusão no escopo da Organização do Conhecimento a partir da justiça informacional e da democracia documentária. É pesquisadora bolsista do projeto “Articulação e Comunicação em Ciência e Tecnologia (C&T): Subprojeto 01 - Pesquisa”, vinculado ao Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), com apoio da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), onde investiga as iniciativas teórico-metodológicas de inovação informacional no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Agenda 2030, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Integra os grupos de pesquisa Ecce Liber: filosofia, linguagem e organização dos saberes e Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-I), ambos do Ibict. É membro do International Center for Information Ethics (ICIE). E-mail: fvallegalvao@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4156-027X. Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/6027868789058693.


Ma. Mayara Silva Gonçalves | Mestre pela Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais em Gestão e Organização do Conhecimento. Graduação em Biblioteconomia pela Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais. Pesquisadora bolsista do projeto “Articulação e Comunicação em Ciência e Tecnologia (C&T): Subprojeto 01 - Pesquisa”, vinculado ao Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), com apoio da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), onde, conjuntamente a outras 5 (cinco) pesquisadoras da área e sob a coordenação do professor doutor Gustavo Saldanha, mapeia e analisa iniciativas teórico-metodológicas de inovação informacional no horizonte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Membra do Grupo de Pesquisa Modelagem Conceitual para Organização Hipertextual de Documentos (MHTX), coordenado pela Profa. Dra. Gercina Ângela de Oliveira Lima. Membra do Grupo de Pesquisa Ecce Liber: filosofia, linguagem e organização dos saberes (Ecce Liber). Membro da comissão de elaboração do Repositório Institucional da UFMG. Experiência em consultoria de normalização de trabalhos científicos e acadêmicos, Capacitação de Equipes voltada para a Excelência no Atendimento ao Cliente, Gestão da Informação em Arquivos Físicos e Digitais, Recuperação e Organização de Arquivos Digitais em Instituição de Educação à Distância. E-mail: mayara.biblio@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8746-2798. Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/9849387128840881.


Isabelle Nunes da Silva | Licenciada em Biblioteconomia (2023) pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Pesquisadora bolsista do projeto “Articulação e Comunicação em Ciência e Tecnologia (C&T): Subprojeto 01”, vinculado ao Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), com apoio da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), onde, conjuntamente a outras 5 (cinco) pesquisadoras da área e sob a coordenação do Prof. Dr. Gustavo Saldanha, mapeia e analisa iniciativas teórico-metodológicas de inovação informacional no horizonte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Assistente de pesquisa do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) (2022 - ). Atua no Grupo de Pesquisa Ecce Liber: filosofia, linguagem e organização dos saberes, na linha de pesquisa "Filosofia e epistemologia histórica dos estudos informacionais",onde desenvolve estudos sobre Fundamentos da Ciência da Informação, Epistemologia da Ciência da Informação, Epistemologia histórica dos estudos informacionais e História da Ciência da Informação, investiga, por meio do ponto de vista dos estudos históricos, o surgimento, o desenvolvimento e as novas perspectivas de manifestação dos saberes biblio- informacionais. Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/9905311373391312.


Referências básicas da oficina:


BOURDIEU, P. O poder simbólico. Tradução de Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil S. A., 1989


BOURDIEU, P. Sobre o Estado. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.


MIATO, Bruna. Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência, cerca de 8,9% da população, segundo IBGE. G1, 07 jul. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/07/07/brasil-tem-186-milhoes-de-pessoas-com-deficiencia-cerca-de-89percent-da-populacao-segundo-ibge.ghtml. Acesso em 07 jul. 2023.


BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 8 out. 2022.


BRASIL. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Brasília, DF: Presidência da República, 2009. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm. Acesso em: 06 jun. 2023.


BRASIL. Lei no 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Presidência da República, 2015. Disponível em: https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=13146&ano=2015&ato=c4aUTW65UNVpWT495. Acesso em: 27 jun. 2023.


BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Coordenação Geral de Saúde da Pessoa com Deficiência. Censo demográfico de 2020 e o mapeamento das pessoas com deficiência no Brasil. [S. l.]: Ministério da Saúde, 8 maio de 2019. (Apresentação PowerPoint). Disponível em: https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cpd/arquivos/cinthia-ministerio-da-saude. Acesso em: 27 jun. 2023.


SAWAIA, B. Introdução: exclusão ou inclusão perversa. In: SAWAIA, B. (org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. 2. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.


VÉRAS, M. Exclusão social: um problema brasileiro de 500 anos (notas preliminares). In: VÉRAS, M. As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. 2. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.

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